terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

João Branco Núncio

No dia que se assinala a passagem do centésimo décimo dia do nascimento do Cavaleiro João Núncio, vamos recordar aqui nesta página quem foi, como Cavaleiro e Ganadeiro.

João Alves Branco Núncio, era natural da vila alentejana de Alcácer do Sal, onde nasceu a 15 de Fevereiro de 1901, na freguesia de Santiago, a casa onde nasceu, uma casa caiada de cal branca junto a casa de seu tio Visconde de Alcácer do Sal. Hoje sede da sociedade filarmónica amigos Visconde de Alcácer do Sal, filho de lavradores viveu sempre em contacto com a terra pela qual mais tarde se apaixonou.

Seu pai foi Ganadeiro tendo uma Ganadaria de Touros Bravos. Desta forma desde muito novo se interessou por uma vida que anos mais tarde abraçou. Fez-se Cavaleiro e posteriormente Ganadeiro.

Apresentou-se em público com a idade de 13 anos, na Praça de Touros de Évora. Em virtude de ser necessário prosseguir com os estudos viu-se forçado a deixar as arenas durante algumas temporadas.

Depois de concluir o Curso Geral do Comércio, o qual concluiu na Escola Académica de Lisboa, e na qual conheceu Simão da Veiga, que anos depois iria compartilhar consigo tantas tardes de cartel e glória, (os celebres anos 40 e 50, anos de ouro das Corridas Mistas em Portugal).

Dedica-se de novo às lides taurinas, começando por actuar em praças da província, face ao estilo de inovação no toureio, cedo se percebeu estarmos perante um tipo de toureio diferente, prevendo-se pois que pudesse ter uma carreira brilhante, como mais tarde se confirmou.

João Branco Núncio, recebeu a alternativa a 27 de Maio de 1923, na Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa, tendo como Padrinho o cavaleiro António Luis Lopes. Nessa altura já era um cavaleiro de destaque no panorama taurino nacional

Passada uma semana da sua alternativa a Empresa da Praça do Campo Pequeno, contratou para actuar numa Corrida de Toiros, mas desde logo fez questão ao assinar o contrato de que só actuaria se lidasse touros puros, animais que nunca tivesse sido lidados em qualquer outra praça.

João Núncio inicia assim uma revolução no toureio, tendo a colaboração do seu colega e amigo Simão da Veiga , pois ambos só aceitam actuar em corridas desde que fosse apresentados touros puros, ou seja que nunca tivesse sido corridas noutras praças.

Revelou igualmente uma forma inovadora de treinar os seus cavalos, pois cada um dos seus exemplares adaptava-se a um determinado tipo de lide.

Era conhecido como o “Califa de Alcácer” e foi considerado como uma das mais importantes Figuras do toureio equestre dentro e fora de Portugal.

Pela qualidade imposto através da sua forma de montar e tourear, adquiriu imensos admiradores ou seguidores quer em Portugal, ou onde quer que actuasse.

Actuou pela última vez na tarde de 21 de Outubro de 1973.

Durante a sua carreira consta ter actuado em cerca de mil corridas, e tendo lidado mais de dois mil touros e utilizado cerca de 61 cavalos.

Conseguiu conciliar a sua carreira de cavaleiro, com a carreira de lavrador e de ganadeiro, pelo que adquiriu algumas propriedades no Concelho de Alcácer.

Formou uma Coudelaria com Cavalos de Pura Raça Lusitana e em 1926, constituiu a sua Ganadaria, adquirindo reses de Soler, antes de Libanio Esquivel e Neto Rebelo, e um semental de Belmonte, sendo posteriormente este lote aumentado com vacas e sementais de Andrade Irmão, provenientes de Urquijo, encaste que vai progressivamente prevalecendo.

Entre 1965 e 1969, presta provas de acesso à Unión de Criadores de Toiros de Lidia, sendo aprovada, e em 1970, adquire mais um lote de vacas e sementais de D. Carlos Urquijo.

Após o seu falecimento em 1976, acontecimento que tem lugar na vila ribatejana da Golegã a 26 de Janeiro, a ganadaria passa para as mãos de seu filho Engº. José Barahona Núncio.

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