Na passada segunda-feira teve lugar a entrega de Prémios da Sociedade Portuguesa de Autores, eventos que a RTP transmitiu no seu canal 1.
Durante a entrega dos prémios um dos galardoados, um encenador de seu nome Luís Mário Lopes, aproveitou o seu tempo de antena para dar o seguinte recado: "Senhora Ministra da Cultura, deixe de apoiar as touradas e apoie mais o teatro".
Na nossa sociedade, que felizmente vive em liberdade, a ignorância é um direito e dizer alarvidades em directo na TV é o "pão nosso de cada dia". Por isso até acho normal que o tal Luís Mário Lopes seja ignorante e mostre a sua ignorância em directo na TV. O que já não me parece normal é que a Festa e os seus principais agentes continue impávida e serena a assistir a estas coisas sem reagir, sem repôr a verdade, sem vir a público dizer que o encenador Luís Mário Lopes é ignorante e não sabe do que fala.
Já diz o ditado que "quem não se sente não é filho de boa gente" e a Festa quando é atacada, ainda por cima de forma mentirosa e injusta, tem a obrigação de se sentir. Repito: tem a OBRIGAÇÃO de se sentir.
A maioria da população portuguesa não faz ideia de como funciona a tauromaquia em Portugal e, por isso, na segunda-feira passada por causa das palavras do tal Luís Mário Lopes, ficou com uma ideia errada de que a Festa é apoiada pela Ministério da Cultura e pela Ministra. Há que repôr a verdade.
1) Não se sabe se a Ministra da Cultura é aficionada ou não. O que se sabe é que é cumpridora da lei e a lei em Portugal diz que a Tauromaquia é INQUIVOCAMENTE (esta palavra faz parte do decreto-lei) parte da Cultura Portuguesa. Ora se assim é, cabe ao titular da Pasta da Cultura, seja ele quem for, cuidar da Tauromaquia, como lhe cabe cuidar das restantes formas de cultura. É a lei que o diz e os governantes devem cumprir a lei.
2) A Tauromaquia não recebe um único euro do Ministério da Cultura. Do orçamento do Ministério da Cultura não sai um único euro para a Festa dos Toiros. Ao contrário do que sucede para o teatro (certamente para as peças encenadas pelo tal Luís Mário Lopes que ao contrário da Tauromaquia não consegue que o público se interesse para comprar os bilhetes suficientes para suportar o seu negócio, daí ter de andar a pedinchar à Ministra da Cultura).
3) A Tauromaquia paga ao Ministério da Cultura muitas dezenas de milhares de euros por ano em licenças.
4) A Tauromaquia até paga à Sociedade Portuguesa de Autores, em todos os espectáculos que se realizam, pelo direito da Banda tocar músicas que foram escritas por algum autor. É de mau gosto ir a uma gala receber um prémio e ofender e mentir sobre um contribuinte da entidade que dá o prémio, mas enfim, não podemos pedir que o tal Luís Mário Lopes não seja ignorante, mentiroso e mal educado.
Cabia à PróToiro ter reagido logo. Cabia-lhe ter feito chegar um Comunicado à RTP, à SPA e à comunicação social. Cabia-lhe repôr a verdade, não só na sua defesa mas também na defesa da própria Ministra da Cultura. Defender a Ministra porque ao contrário de outros esta não tem vergonha de cumprir a lei não se faz dando-lhe almoços e palmadinhas nas costas, faz-se com cidadania e a Festa tem de assumir de uma vez que tem a OBRIGAÇÃO de se defender e de se promover.
Quando ao tal Luís Mário Lopes, aconselho-o a que peça com mais insistência dinheiro ao Ministério da Cultura pois se agora já não consegue vender os bilhetes suficientes para tornar as suas encenações viáveis, fica a saber que ainda menos venderá pois nenhum aficionado irá ver as suas peças, a começar pela sua peça actual "Casa dos Anjos". Ao contrário dos "chulos" do orçamento do Ministério da Cultura que precisam do dinheiro de quem não tem interesse nenhum em ver as suas obras para sobreviverem, a Festa dos Toiros vive por si só e pela afición das centenas de milhares de portugueses que vão aos toiros todos os anos.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
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