domingo, 13 de março de 2011

Porta grande para Talavante e Morante

Alejandro Talavante triunfou na primeira corrida da Feira de Olivença; no seu primeiro, um colaborante Cuvillo que pecou pela falta de força; Talavante recebe por verónicas e chicuelinas levando-o toureado até ao centro do reudo;

Com a muleta, muletazos profundos logo de inicio e ao som de Olés, mais uma série de naturais, agora com música, boa tanda de circulares invertidos; dando espaço, templado; “escutou-se” silêncio Maestrante (raro nesta corrida), com o problema da espada parece que resolvido, mata á segunda entrada sem puntilha, uma orelha. Uma faena à Talavante já se pode dizer, foi o que fez ao seu segundo; um nobre que colaborou e humilhou na muleta, segunda série de muletazos de profundeza, meia dúzia de naturais e acordes filarmónicos, sobe de tom, leveza e temple, mais com a da verdade e estrondosos Olés, domina nos médios, parece que caminha sobre ovos, sim sem os partir. O estoque entra á primeira, premiado com duas orelhas; ficamos felizes pelo triunfo e pelo encontro definitivo (esperamos) com o acerto de Alejandro na sorte suprema.

Alecrim, em Castelhano: Romero; Curro Romero, Sevilha, Puebla del Rio: Morante de la Puebla; Grande faena ao seu segundo, uma faena de inspiração, uma faena á Morante (isto hoje está fácil, nada como escrever sobre grandes toureiros: é simples: basta dizer que foi: À Talavante, À Morante etc) verónicas de sonho, e lá se abriu o “frasquinho das essências”, o tempo também parou, e os Olés também foram fortíssimos; duas voltas de campana do toiro não impediram que ainda ficasse toiro para Morante, “que toreria Dios mio” dizia-se na bancada, concordo; naturais de sonho bem profundos, até á exaustão repito: À Morante!

Na volta com as duas orelhas, recebe um ramo de romero, de alecrim, tá explicada a primeira frase, e quem conseguir “ver” a primeira frase, está a ver a faena de Morante, mais simples não há!

No primeiro que lidou redondeou faena, plenamente justificada pela fraca investida e força do toiro que lhe coube em sorte.

A Miguel Angel Perera coube nesta tarde bailar com a mais feia, um toiro escasso de forças, a que nem o cuidado impresso por Perera puderam valer; fica um quite por cingidas gaoneras; sem matéria, valeu o seu grande oficio e disposição. No seu segundo, e com Morante em ombros e Talavante com meio caminho andado para o mesmo meio de transporte, não restava mais remédio a Perera que comprar bilhete, embora mais caro, para o mesmo meio de transporte. Mas o azar estava presente e o toiro que lhe coube em sorte parte um corno ao rematar no burladero; o sobrero não deixou a Miguel comprar o tal bilhete, restou-lhe o conforto, carinho e compreensão dos seus paisanos, e não só; reflectidos nos fortes aplausos que recebeu nas duas lides que efectuou.

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