sexta-feira, 25 de setembro de 2009

As posições do Bloco de Esquerda sobre a Tauromaquia


Às perguntas que enviámos a todos os Partidos com assento Parlamentar o Bloco de Esquerda não respondeu. Os aficionados temos especial interesse em saber a resposta à quarta pergunta que formulámos ao Bloco:

4 – No Programa do Bloco de Esquerda programa esta força politica compromete-se a apoiar a requalificação de praças de touros fixas com pouca utilização em espaços culturais (como aconteceu com a criação de um Centro de Ciência Viva em Viana do Castelo). O que considera o Bloco como pouca utilização de uma Praça de Toiros? Nesses Centros de Ciência Viva poderão continuar a organizar-se Espectáculos Tauromáquicos?

Infelizmente não obtivemos resposta nem a esta nem a nenhuma outra das questões colocadas.

No entanto o Bloco de Esquerda foi um dos poucos Partidos que falou de Tauromaquia nesta Campanha Eleitoral. Começou por colocar no seu Programa que defende a "Proibição dos Touros de Morte" (actualmente só existe em Barrancos), a "Proibição da Corrida à Vara" (termo que não sabemos o que é mas que pensamos referir-se à Sorte de Varas), e a já referida transformação das Praças de Toiros em Centros de Ciência Viva.

Durante a campanha o jornal "Farpas" noticiou que o seu jornalista João Cortesão, numa sessão na Moita do Ribatejo, confrontou Francisco Louçã perguntando-lhe se era contra as Corridas de Toiros ao que segundo o "Farpas" Francisco Louçã respondeu "A corrida de toiros é uma manifestação genuína da cultura e da tradição portuguesas e como tal tem que ser respeitada".

A associação Animal, cujo principal porta-voz é militante do Bloco, confrontou o Bloco de Esquerda com esta noticia ao que Jorge Costa, membro da Comissão Politica do Bloco de Esquerda, respondeu por e-mail que "Francisco Louçã não fez qualquer declaração sobre questões de respeito relativas à tourada". Esta informação de Jorge Costa provou-se não ser verdadeira pois o jornalista do jornal "SOL" Manuel Agostinho Magalhães confirmou a uma activista da referida Associação que Louçã “disse que respeitava a tradição antiga do povo da Moita [a tourada]”.

O mesmo Jorge Costa quando perguntado por uma cidadã, via e-mail, qual era afinal a posição do Bloco de Esquerda respondeu que "O Bloco de Esquerda é composto por muitas pessoas, com experiências e lutas diferentes. Muitas das pessoas que fazem parte do Bloco serão absolutamente contra as touradas, outras admitirão gostar delas". Referiu ainda que dentro do Bloco "os defensores do fim das touradas concluíram que seria (nesta fase) consensual a defesa do fim dos touros de morte e sorte de varas (...) e que seria prematuro defender algo como o fim das touradas". Referiu ainda Jorge Costa que "o facto de o Bloco de Esquerda não colocar no seu programa eleitoral o fim das touradas não significa de modo nenhum que as pretenda apoiar. Aliás, em algumas regiões do país, o Bloco de Esquerda tem dado passos positivos sobre este tema. Por exemplo, em Sintra, o Bloco de Esquerda propôs e viu ser aceite uma proposta para terminar os apoios autárquicos (logísticos ou financeiros) à realização de eventos com sofrimento animal, incluindo circos com animais e touradas". Disse ainda que "medida semelhante tem sido feita em Salvaterra de Magos (maioria de vereadores eleitos em lista do Bloco de Esquerda)". Esta referência a Salvaterra de Magos segundo conseguimos apurar não corresponde à verdade pois a Autarquia de Salvaterra continua a apoiar a Tauromaquia através da realização de eventos como a Equimagos ou através do apoio do Grupo de Forcados da terra. Jorge Costa terminou dizendo que "no futuro próximo outros consensos poderão ser encontrados se o movimento pelo fim das touradas tiver mais força e se mais pessoas quiserem defender este tema".

Enviámos as perguntas da Tauromania a Jorge Costa mas não obtivemos resposta.

Por outro lado Francisco Louçã veio posteriormente esclarecer que não é a favor das touradas e que "tem estado ao lado dos defensores dos animais em enúmeras ocasiões" mas que defende que o final das Corridas de Touros não pode ser uma simples alteração legislativa mas antes uma alteração cultural.

Ficámos a saber que em relação à Tauromaquia a posição do Bloco é simples: ao pé dos aficionados (Moita e Salvaterra) não é contra, até respeita e apoia. Junto das Associações dos auto-proclamados defensores dos animais é contra as Touradas e tem vindo a trabalhar nesse sentido... Ficamos pois sem saber afinal o que defende o Bloco.

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