quinta-feira, 8 de julho de 2010

As touradas de D. João, o Príncipe Real.


O príncipe D. João, filho do Rei D.Pedro II e mais tarde Rei D.João V de Portugal (o nosso Rei-Sol ), tinha como divertimentos na sua juventude , como era normal para a época e para a realeza em geral, a caça, os cavalos e as touradas. São célebres as idas a Salvaterra aos toiros, a Pancas, assim como ás tardes de tourada na quinta de D. Jaime e D. Luisa, Duques do Cadaval em Sintra, corridas essas assistidas por damas da corte, aias da Rainha que recebiam as cortesias galantes do príncipe e seus acompanhantes nobres.

Por entre caixinhas de pó, para embelezar as faces, distintos trajes de rendas e brilhantes, aceitavam os galanteios do príncipe e seus acompanhantes que serviam também para encomendar algumas "citas " eventualmente para mais tarde ou mesmo o dia seguinte. Comentava-se que no Reino " não havia melhor toureador que El-Rei ".

È certo que o jovem príncipe, mais tarde Rei, adorava essas tardes de toiros mas, gostava também das outras faenas com que brindava as damas e outras filhas de Deus, no Torreiro do Paço, à noite, onde normalmente empunhando a espada de metal e a língua " à frente de um bando de arruaçeiros plebeus e nobres embebedados " , embuçado com um capote negro até aos pés, davam estocadas ás que por ali andavam " tresmalhadas ", causando burburinho e confusão e por vezes algum sangue. Seu pai El-Rei, chamou-o a atenção várias vezes, sublinhando o caracter de baixeza dessas atitudes, não consonantes com os deveres da nobreza e de uma Alteza Real .

Nos seus gostos especiais estavam também a atracção que tinha pelos conventos, razão porque mandou construir o " Convento de Mafra ", devido a uma promessa claro está, e como essa atracção o levou a frequentar outros conventos,como o de Odivelas, e que o diga A Madre deste, onde pernoitava frequentemente "entrenando" algumas " tourinhas " que por ali chegavam, sempre aconselhado pela complacente Madre Paula. Estes pormenores conta-nos e o historiador Alberto Pimentel no seu livro " As Amantes de D. João V " com 1ª edição de 1892.

E era assim o Mundo português nessas datas de abundância de ouro vindo Brasil, em que Lisboa , por exemplo, era dada como a cidade mais rica da Europa e consequentemente do Mundo conhecido,ao ponto de El-Rei, confrontado com o custo do carrilhão das torres de Mafra, 400 contos de réis, o que seria uma fortuna nos dias de hoje, exclamar, " tão barato, quero dois ! ".

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