quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Reflexões, factores e resultados

Apesar de há algum tempo já ter colocado um anúncio dando conta que brevemente haveria um editorial, só agora a minha vida profissional o permitiu e digamos que foi numa altura rica em matéria para a escrita.

Estando a temporada na sua recta final, chega a altura de começarmos o balanço e reflexão do que foram estes últimos 9 meses de Festa Brava.

Tal como disse há poucos dias a José Cáceres para o Arte e Emoção, esta foi uma temporada de sacrifícios, pois perante a crise que Portugal atravessou, e ainda atravessa, os agentes da festa tiveram de pensar em estratégias para ultrapassar estas grandes dificuldades. Uns conseguiram, outros nem por isso, mas na minha modesta opinião penso que aqueles que conseguiram ultrapassar a crise e tiveram praças cheias, foram aqueles que tiveram a inteligência de apresentar espectáculos com qualidade e que as pessoas apreciassem, isto porque em época de aperto de cinto, o público é selectivo e vai gastar o seu dinheiro em espectáculos com qualidade e de que goste. Aqueles que preferiram apresentar um espectáculo feito à pressão, sem qualidade e a pensar nos interesses das trocas e baldrocas, tiveram como resultado uma fraca assistência de público.

Para aqueles que infelizmente não tiveram a assistência que desejariam no seu espectáculo, penso que deveriam reflectir sobre aquilo que correu menos bem, ou seja, questionando e procurando os factores que levaram a que o público não fosse á praça. Penso que são vários os factores em comum relativos aos diversos fracassos de bilheteira, e atenção que este ano ainda foram alguns e em algumas praças de importância.

Se me permitem vou mandar para o ar algumas “luzes” para que todos possamos reflectir. Primeiro que tudo tem de se começar a pensar em certos preços que se praticam em algumas praças, chega a ser incomportável para uma família ir a uma corrida de touros. É certo que algumas praças têm pouca defesa, mas é ai que entra o poder de negociação dos empresários para baixarem ao máximo o custo de uma corrida e consequentemente baixarem os preços dos bilhetes.

Depois de se pensar na questão monetária, há que se pensar noutro dos grandes investimentos que se tem de fazer numa corrida de touros, eu diria mesmo indispensável para que uma corrida seja um sucesso, a publicidade. Seja ela como for, tem é de ser feita e não me venham com a historia que uma corrida não precisa de muita publicidade porque é data forte, porque já era, agora os tempos são outros, é que muitos pensaram assim e olhem no que deu…

A publicidade é um dos elementos fundamentais numa corrida, mas ao que parece é onde se corta primeiro e depois dá no que dá. Há certos espectáculos em que a única publicidade que se vê é a que está colada na parede da praça, mas outro dos exemplos é a contratação do carro de som só para um dia e para tocar na própria terra, onde já toda a gente sabe do acontecimento, acham normal? Enfim…, um sem número de pormenores que juntando vão dar num facto grande, a falta de público.

Mas a crise é tão grande e cada vez há-de estar pior, que se tem de pensar em tudo. Já vos falei dos preços, da publicidade, mas muito haveria para falar , mas não vos posso maçar muito, terminando este meu pensamento por vos falar do ponto fulcral em que os empresários devem pensar, o cartel apresentado, pois é o primeiro aspecto que o público em geral vai analisar. Mas neste caso tem de se investir um pouco mais numa espécie de sondagem, ou seja, um empresário que fique com uma praça três anos, por exemplo, era bom que primeiro ficasse a saber os gostos dos aficionados e depois montar os cartéis. Mas o que acontece é montar os cartéis e depois espera-se que os aficionados gostem.

Mas a referida sondagem teria de ser seguida ou pelo menos teria de servir para reflectir. No entanto para que esta ideia funcionasse, não se podia cair nos erros que praticamente todos caiem, o de entrar em jogadas de trocas e baldrocas, interesses e afins, porque o público apesar de não saber o que se passa nos bastidores, gosta de seriedade e é isso que por vezes falta.

Em suma para que possamos ter praças sempre bem compostas há que pensar sempre nas pessoas que pagam o seu bilhete e que querem ver aquilo que gostam, bem como aquilo que as deixe satisfeitas. Se assim não acontecer vamos ver novamente muito cimento nas nossas praças.

E assim, deixei uma pequena reflexão sobre alguns dos factores que podem fazer a diferença nos resultados duma corrida de touros.

Antes de terminar este meu apontamento, fazia o apelo para assinarem a petição lançada pelo Dr. Moita Flores e participarem nas Jornadas taurinas de dia 23 e 24 em Santarém!!

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