Taurodromo: Como nasceu a paixão pelos cavalos e toiros?
Luís Rouxinol: O meu pai sempre teve cavalos em casa; ainda foi cavaleiro amador participou em algumas vacadas, o meu interesse começou tinha eu os meus 8 anos. Aos 9 anos fiz a minha estreia numa vacada na praça de toiros de Paio Pires. Depois participei numa garraiada do Gil Vicente em Lisboa em Abril de 1978.Nunca tinha toureado um novilho, as coisas correram bem! A partir daí pensei em ser toureiro. Mais tarde tive na casa do Mestre David Ribeiro Telles, e no Mestre Luís Valença a aprender alguma parte da equitação. Foi um dos primeiros passos para conseguir chegar a ser cavaleiro tauromáquico.
Taurodromo: Como define o seu toureiro?
Luís Rouxinol: Pratico um toureio frontal, alegre, tenho facilidade em comunicar com as bancadas o que nem sempre é fácil. Graças a Deus eu consigo isso.
Taurodromo: Qual o segredo de ser o toureiro com o maior número de corridas realizadas em Portugal?
Luís Rouxinol: Não é segredo nenhum. Há 4 anos salvo erro que sou o líder do escalafon. Participar em mais corridas é sinal que o público gosta. As empresas contratam-me eu tento dar sempre o meu melhor. Penso que o segredo esta aí. Muito trabalho durante o inverno. Treino cerca de 6 a 7 horas por dia para que as coisas no verão possam resultar.
Taurodromo: Foi uma temporada com um balanço positivo?
Luís Rouxinol: Sim bastante positivo. Tive triunfos importantes em praças importantes. Fazer 50 e tal corridas e manter o mesmo nível do princípio ao fim não é fácil. Tenho uma boa quadra de cavalos e graças a Deus, tenho conseguido.
Taurodromo: Que tipo de toiros gosta de lidar?
Luís Rouxinol: Gosto de lidar um toiro que ande, que transmita, são esses toiros que dão emoção às bancadas. Não é como toiros que saem hoje com pouca casta que dão para praticar um toureio bonito, mas que não transmitem emoção.
Taurodromo: A nível da quadra de cavalos quais são as suas apostas para a nova temporada?
Luís Rouxinol: Continuo a depositar grande confiança no" Ulisses" com o ferro de Mário Vinhas, tenho uma égua a "Viajante". São os dois pilares principais da quadra. Tenho a quadra que tinha o ano passado. Irei aparecer com mais três cavalos novos penso que dois deles irão surpreender bastante.
Taurodromo: É supersticioso?
Luís rouxinol: Tenho algumas superstições como por exemplo não colocar o tricórnio em cima da cama e gosto de entrar sempre com o pé direito dentro da praça.
Taurodromo: Durante a temporada como consegue conciliar as corridas e a família?
Luís Rouxinol: Tento conciliar da melhor maneira possível. Por exemplo no mês de Julho e Agosto é bastante complicado. Chega-se muito tarde e abala-se muito cedo mas com boa vontade tudo se concilia.
Taurodromo: Para além do toureio tem outra paixão?
Luís Rouxinol: Sou um amante da caça. É um desporto que eu gosto imenso de praticar.
Taurodromo: O Luís Jr vai seguir as pisadas do pai?
Luís Rouxinol: Tenho andado a prepara-lo minimamente. Ele tem esta ideia de querer tourear. Irei dar-lhe uma oportunidade para ver se tem jeito ou não. Estamos a trabalhar da melhor maneira e os conselhos que lhe posso dar, é dizer que é uma profissão que exige muito trabalho, é preciso ter muita humildade e por vezes tem que se abdicar de certas coisas para se atingir os objectivos na tauromaquia. Como se costuma dizer chegar ao topo é difícil mas para descer é bastante fácil.
Taurodromo: Qual a sua opinião no que diz respeito à entrada de toiros espanhóis em Portugal ?
Luís Rouxinol: É também derivado à crise que o nosso país atravessa. Os empresários vão, buscar toiros em Espanha de certeza muito mais baratos. Estão a ver a parte económica. Se forem ganadarias de primeira concordo plenamente, agora se forem buscar refugo...
Vê-se muitas corridas com toiros espanhóis sem a mínima qualidade de lide.
Taurodromo: O que deveria de mudar na nossa festa?
Luís Rouxinol: Há tanta coisa que se poderia fazer. Por exemplo no que toca aos miúdos que estão agora a iniciar-se, exigem uma série de burocracias para tratar de papéis e mais papéis. Penso que neste momento estão só a complicar a festa de toiros. Nós na tauromaquia temos que nos unir cada vez mais. Temos que nos mexer a sério para não deixarmos morrer a festa de toiros.
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