segunda-feira, 25 de abril de 2011

Joaquim Grave critica piso "vergonhoso" do Campo Pequeno



Foi o “Farpas”, na semana passada, o único a apontar claramente que o vergonhoso estado do piso da arena do Campo Pequeno condicionou (e de que maneira!) o comportamento dos toiros Grave na primeira corrida da temporada lisboeta. Quando já a última edição estava impressa, veio a público este comunicado do ganadeiro Dr. Joaquim Grave – que nos dá razão e onde o proprietário dos toiros estranha, até, que mais ninguém tenha escrito o mesmo. Vale a pena ler.


Qualquer pessoa ou entidade que apresente um produto num espectáculo público, tem que sujeitar-se às críticas que lhe sejam feitas no que respeita à qualidade do mesmo. Obviamente, a ganadaria Murteira Grave não foge a esta regra, concorde ou não com o teor das mesmas. Há décadas que tem isso perfeitamente assumido e de outra maneira não poderia ser.
Escrevo em relação ao comportamento dos toiros da última quinta-feira (14 de Abril) em Lisboa. Quando constato que algum comportamento manifestado se torna comum aos 6 toiros de qualquer corrida, interrogo-me se terá havido algum factor ambiental externo, que possa ter afectado de forma genérica o comportamento dos toiros.
Nem todos, mas os aficionados minimamente atentos, se deram conta do lastimável estado da arena do Campo Pequeno; não quero alongar-me em adjectivar esta situação, mas no mínimo direi que parecia um batatal ou uma qualquer praia da nossa costa; uma autêntica vergonha em qualquer sítio e na primeira praça do país, imperdoável.
Não há nenhum toiro que consiga galopar num piso daqueles; a maioria dos toiros saiu à praça com muita pata, mas ao fim de duas galopadas pelos médios e não só, começaram a enterrar-se no imenso areal e defenderam-se; ainda assim, não se pararam, quiseram correr, mas evidenciaram pouca força para saírem do atoleiro.
Não vi as críticas esclarecerem o que, para mim, se tornou claro. Alguma ou outra que aludiu ao estado do terreno, fê-lo separando sempre o comportamento dos toiros, nunca relacionando os dois aspectos. Dos sites que consultei, apenas uma excepção, ainda que de forma indirecta e tibiamente.
Pelo que indaguei a culpa não é de ninguém, depois lembrei-me que estamos em Portugal e que a dita morre sempre solteira. Tudo bem, ou melhor, tudo mal. Quero apenas vincar que não estou convencido que os meus toiros são todos bons, ou que nunca são mansos, nada disso, a vida é perder e ganhar e ser ganadero é ter toiros mansos e bravos. Continuarei a trabalhar para que a percentagem dos bravos vá sempre aumentando, mas a partir de agora, irei zelar também para que os bravos possam parecer bravos. Apenas isso.

Joaquim Grave

Foto João Dinis/Arquivo

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