domingo, 10 de abril de 2011

Miguel Angel Perera em ombros em Almendralejo

Nem San Mateo, nem San Pelayo, nem Cármen Lorenzo Carrasco; nenhum dos toiros dos três ferros pertencentes ao ex-Matador de toiros Niño de la Capea, que se lidaram na praça de toiros de Almendralejo serviu para que as grandes figuras que compunham o cartel pudessem expressar o toureio que levam dentro. Escassez de força e falta de raça foram, entre outras características menos boas, aquelas que mais se evidenciaram nos astados.


Morante de la Puebla não teve hipótese de abrir o seu “frasquinho” das essências, perante uma matéria inapropriada para o seu toureio artístico, ou melhor: imprópria para qualquer tipo de toureio. Logo no que abriu praça, que foi protestado pelo público para ser devolvido, embora sem sucesso, Morante abreviou e escutou a primeira bronca da tarde, inclusive com protestos enquanto executava a sorte suprema, que falhando também nesta, matando á segunda de meia estocada e descabelho, levou a que tal bronca subisse de tom.

No seu segundo, mais do mesmo: Botisero, de San Mateo, também não ajudou em nada o Maestro Sevilhano, e com alguns sectores do público alegrados pelos néctares da festa que este fim de semana decorre em Almendralejo (Salão do Vinho e da Azeitona) foram, com muita razão á mistura, o porção ideal para mais uma monumental bronca a Morante; rematou faena com quatro ou cinco passes soltos, pinchou, mata a terceira, e a palavra escutada era: fuera!

El Juli, vinha como sempre para triunfar; deixou pinceladas á verónica, brindou ao público e de inicio a coisa pareceu que ia resultar, tomou sitio e tem uma boa serie de muletazos, com a esquerda desenha uma boa série nos médios; passes cambiados e desplante, a meia estocada com descabelho valeu-lhe a primeira orelha da tarde.

O quinto, desta vez malo, de Cármen Lorenzo Carrasco, de nome Pesetero, brindado por Julian Lopez a Joaquim Alves (Ganadeiro de Pinto Barreiros, que se encontrava na trincheira) pouco mais permitiu a El Juli do que um susto enquanto toureava de capote, iniciou com vontade, e o astado parecia querer, galopava e investia; com poucas forças é certo; mas rapidamente se esgotou, arrimou-se Juli, cruzando-se e dominando como é seu timbre, desacertou com a espada e não passeia troféus, mas escuta calorosa ovação.

Miguel Angel Perera, foi o triunfador da tarde; cortou duas orelhas ao último toiro da corrida. No capote saia solto, e de que maneira; entremeou cada passe de capote com uma volta á praça; e nesta correria constante esgotou as poucas forças que tinha, o que levou Perera a ter que fazer uma gestão do toiro com muita inteligência, para que lhe conseguisse tirar a faena que tirou, depois de brindar aos seus paisanos, inicia por estatuários no centro da arena, muletazos, e um aviso de que poderia colher; toureia também por naturais e faz um toureio que apesar de não transmitir com a profundeza desejada podemos dizer que foi bastante sério; matou á primeira e o toiro teve uma “morte de bravo”, mas só mesmo a morte: Todo o esforço, profissionalismo e querer de Miguel Angel foram premiados com as duas orelhas e saída pela porta grande.

No seu primeiro pouco pode fazer; pois o astado não tinha condições algumas para que dali pudesse sair qualquer tipo de lide.

A corrida foi manchada pela fraca qualidade dos toiros; e o público, que quase enchia a praça de Almendralejo perdeu a paciência e protestou com vontade e afincadamente os astados, tendo quatro deles sido assobiados no arraste.

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