segunda-feira, 30 de maio de 2011

Crónica Serpa - Festival Taurino

Depois de ter sido adiado por alturas da Páscoa, devido ao mau tempo, o já tradicional Festival Taurino a Favor dos Bombeiros Voluntários de Serpa finalmente teve lugar no passado dia 28 e, desta vez, tendo como finalidade específica a aquisição de um Grupo Energético de Desencarceramento. Mais uma vez se provou que os Homens dos Touros sabem sempre dizer sim às Causas Nobres.

S. Pedro que da primeira vez não teve certamente tempo de cuidar deste pormenor desta esmerou-se, compreendeu a Nobreza do Gesto e, apesar das nuvens negras que pairavam sobre o horizonte, acabou por brindar a bonita Cidade Branca da Margem Esquerda do Guadiana com uma bela tarde soalheira, uma autentica tarde de Touros.


Para lidar 5 toiros de Varela Crujo, um novilho de Passanha e outro de Ascensão Vaz apresentaram-se em praça os Cavaleiros António Ribeiro Telles, Luís Rouxinol, Tito Semedo, Brito Paes e pela primeira vez em público o jovem Luís Rouxinol Jr. . A lide apeada esteve a cargo do Maestro Vítor Mendes e do matador Espanhol Salvador Cortés. Das pegas encarregou-se um Grupo formado por Forcados Amigos de Serpa.


Iniciou a função António Telles que teve como opositor um Varela Crujo que viria a cotar-se com muito boa nota e que proporcionaria ao Ginete da Torrinha desenvolver lide a seu gosto. Recebeu-o no russo ferro Paím em que apontou dois compridos à tira. Muda de montada deixa mais dois curtos de bom nível, recreia-se na brega e nos remates e finalmente com o Veneno cita em Terra a Terra finalizando a sua actuação com mais um ferro como mandam as leis, cite ,viagem e cravagem dentro dos melhores
moldes clássicos.


Rouxinol mais uma vez soube fazer jus ao nome que ostenta recebendo, mais um Varela Crujo que não deixou os créditos da sua divisa por mãos alheias, a correr as tábuas, cravando dois bons compridos. Muda de montada e no Vinhas aponta um bom curto rematado por dentro, ladeia na cara do toiro, e no momento em que este parece crer ir a menos o Ginete soube dar-lhe a volta, encrençá-lo na montada e com a égua russa remata a sua actuação com o ferro de palmo e o par de bandarilhas que são a sua imagem de marca.


Tito Semedo parece-nos não estar no melhor momento da sua carreira, há ferros falhados, passagens em falso, hesitações, enfim, tudo situações que facilmente comprometem uma lide. A quadra também não está à altura daquilo que o Cavaleiro tem capacidade mais que suficiente para realizar.
Talvez fosse o momento indicado para parar, meditar sobre o que está bem e o que está mal, e reaparecer quando tudo estivesse no seu lugar. Um nome e uma carreira leva anos a construir, é preciso muito esforço, muito sacrifício e dedicação mas tudo se pode deitar a perder em duas ou três actuações mal conseguidas. Força Tito.


Seguidamente teve lugar a Arte de Montes a cargo, primeiramente, do Maestro Vítor Mendes a quem coube um Ascensão Vaz e que esteve, como é seu timbre, bem com o capote por Verónicas e Chiquelinas templadas e justas. No tércio de bandarilhas o Maestro, depois de apontar um bom par, cedeu ao jovem João Ferreira, que prestava provas para bandarilheiro praticante, a complementaridade do tércio. Com a muleta trasteou pela direita e por naturais, mão em baixo e com o novilho humilhar. Aqui e acolá intercalou um ou outro mulinete . Finalizou simulando a estocada.


Para Salvador Cortés veio um Varela Crujo que o diestro aproveitou até a exaustão. Com capote toureou essencialmente por Verónicas . O tércio de bandarilhas foi preenchido pelo aspirante a bandarilheiro Miguel Murtinho. Com muleta esteve correcto igualmente em passes pela direita e esquerda, faz o pêndulo e remata simulando a estocada.


Voltámos de novo à Arte de Marialva com Brito Paes para quem sai um Colorao também Varela Crujo que o Ginete recebeu no Violino com ferro Ascensão Vaz e em que deixou dois compridos de boa nota. Nos curtos esteve mais irregular primeiro montando um Vinhas e melhorando um pouco a sua prestação depois de voltar a mudar de montada.


Para o jovem Rouxinol Jr. saiu pela porta dos sustos um novilho Passanha codicioso, a arrancar-se de largo e que permitiu à novel promessa de Pegões brilhar logo nos compridos montando o experiente Dólar. Muda de montada exibe sentido de lide, aponta ferros de boa nota e remata com um palmito entre tábuas. Temos toureiro.


Pelos Homens da Jaqueta de Ramagens estiveram na cara João Galamba do Grupo de Lisboa à terceira fechando-se à barbela, Xavier Cortegano de Moura de primeira, Luís de Camões de Cascais, também em boa pega à córnea, Miguel Sampaio do Grupo de Beja à terceira e finalmente Francisco Sampaio do mesmo Grupo de primeira.


Estava em disputa um prémio para a melhor pega que foi atribuído pelo Júri a Luís de Camões.
Dirigiu a corrida o Senhor Agostinho Borges assessorado na parte técnica pelo Dr. José Guerra.

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