terça-feira, 17 de maio de 2011

Noite de muitas emoções em Elvas

Missão cumprida: Ivan Tenório em ombros na hora da despedida, após dez anos à frente
dos Forcados Académicos de Elvas, grupo que formou e que conseguiu guindar ao patamar da frente
Passagem de testemunho na chefia dos Académicos de Elvas
O comendador Rui Nabeiro com seu filho João
Joaquim Bastinhas com a Mãe no descerramento de uma placa, ao intervalo, na entrada
do Coliseu de Elvas, que perpectua para sempre a memória de
seu Pai, Sebastinão Tenório, nesta noite alvo de emocionante homenagem

Miguel Alvarenga - Realizou-se sob o signo da emoção a corrida de homenagem à memória de Sebastião Tenório, Pai do cavaleiro Joaquim Bastinhas, sábado passado no Coliseu de Elvas. Todos lembraram um grande aficionado, um profundo conhecedor do cavalo, do toureio e da arte equestre, mas acima de tudo um homem bom.
A corrida decorreu em ritmo agradável e apesar de pequenez e do pouco peso dos toiros de Paulo Caetano, estes tiveram mobilidade, proporcionaram êxitos aos seis cavaleiros e não dificultaram o labor aos forcados, arrancando-se com alegria e muita "pedalada", proporcionando um triunfo rotundo aos Académicos de Elvas, que pegaram os seis à primeira e com enorme brilho.
Estes toiros, a lembrar os que antigamente víamos sair em todas as praças, lidados pelas grandes figuras da época, podem não trazer emoção ao espectáculo, mas acabam por proporcionar um ritmo mais agradável, ao contrário dos "bisontes" de 500 e 600 quilos que se páram...
Joaquim Bastinhas, com o toiro mais complicadote, esteve ao seu nível, meio nervoso de início (o que compreende, dado tratar-se de uma homenagem a seu Pai), terminando como só ele sabe, com o usual par e o tradicional salto do cavalo; Paulo Caetano trouxe classe e maestria à arena elvense, rubricando uma das mais perfeitas actuações que lhe vimos, alcançando notável triunfo; João Moura Caetano deixou apetite para Madrid (28 de Maio) com uma actuação fora de série, sobretudo com o cavalo "Passapé", que depois o acompanhou na aplaudida volta à arena; Marcos Tenório abandonou de vez o seu estilo pessoal e optou por ser o "Bastinhas II", desenvolvendo agora um toureiro mais popularucho e mais popular - não o critico por isso, os maiores aplausos da noite foram para ele, o que se quer mais?; Duarte Pinto voltou a marcar a diferença, cada vez mais lembrando o saudoso Zoio, com um estilo clássico herdado da boa tauromaquia de seu Pai, Emídio Pinto, rubricando em Elvas uma actuação onde imperou a verdade e a emoção dos ferros em sorte frontal, entrando pelo toiro dentro, um espanto!; o venezuelano José Luis Rodríguez toureia à portuguesa - e bem. Teve azar com um toiro que cedo procurou refúgio em tábuas, mas demonstrou saber o que faz e estar bem montado. Deu um ar da sua graça, triunfando também.
Os Forcados Académicos de Elvas cumpriam dez anos de existência na noite em que o cabo fundador Ivan Nabeiro se despediu, pegando o primeiro toiro com boa técnica e galhardia. Despiu a jaqueta e foi passeado em ombros, em reconhecimento pelo seu excelente trabalho de uma década, em que guindou o grupo ao patamar da frente. O novo cabo António Patrício pegou com valor o segundo toiro e os restantes quatro foram também pegados à primeira, evidenciando o grupo excelente forma.
Na bancada, Lena Nabeiro aplaudiu com orgulho o êxito do marido, do filho cavaleiro e o fim da carreira, com missão cumprida, do seu filho forcado.

Fotos João Dinis

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