segunda-feira, 23 de maio de 2011

Tarde dura para os Forcados

- Praça de Toiros: Daniel do Nascimento na Moita
- Data: 22-05-2011, 17:30 h
- Empresa: Toiros e Tauromaquia
- Organização: Toiros e Tauromaquia
- Ganadarias: La Dehesilla e José Lupi.
- Cavaleiros: António Ribeiro Telles, Luis Rouxinol e Vitor Ribeiro
- Grupos de Forcados Amadores: do Aposento da Moita e da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, capitaneados por Tiago Ribeiro e Alberto Belrique, respectivamente
- Assistência: ½ casa
- Delegados da IGAC: Director o senhor António Santos assessorado pelo médico Veterinário, Sr. Dr. Patacho de Matos.
- Banda: do Rosário
- Cornetim: José Henriques

Dos campos de Huelva veio um curro de toiros da divisa de José Luís Pereda, de procedência Nuñes e com antiguidade reportada a 1996. Bem apresentados, com os pesos compreendidos entre os 505 e os 586 Kg e de um modo geral bom comportamento, especialmente o lidado em terceiro lugar, por Vitor Ribeiro. Dado que um dos toiros se inutilizou nos curros, foi substituído por outro de José Lupi, encaste Murube.

Coube a António Ribeiro Telles abrir a função, com uma lide plena de entrega e de labor, só assim conseguindo dar a volta a um hastado que se foi acabando descaindo para as tábuas, de onde só saiu com mangadas curtas. O primeiro e o segundo curtos foi o melhor que se viu nesta lide.
No que lidou em quarto lugar, mais uma vez a técnica e o querer suplantaram o facto de o morlaco não se empregar nas reuniões, o que ainda lhe valeu um toque. Mesmo com os problemas provocados pelo seu oponente, viram-se alguns ferros de boa nota, mormente o primeiro curto, cheio de temple e o último onde pôs o que o toiro tirou.
Volta em ambos.

Luís Rouxinol, vizinho da terra, teve pela frente, um toiro que não se empregava no momento da reunião, que se adiantava e para o qual foi preciso muito ofício afim de tirar alguma coisa digna de registo, o que nem sempre foi conseguido.
No seu segundo, um toiro que esperava muito, e que só investia pela certa, foi tudo técnica e coração, o que se viu nesta lide. Cinco curtos muito bons com mais um palmito e um par de bandarilhas a duas mãos que não acrescentaram nada à história da lide.
No primeiro, por não se achar a contento não deu volta, apenas o fazendo no seu segundo, sendo justíssimo no seu julgamento.

Para Vitor Ribeiro saiu em primeiro lugar o que foi o melhor toiro da corrida. Voluntarioso, arrancando-se de todos os terrenos, bem recebido e bem dobrado, foi uma lide em crescendo.
Como é bom ver o Vitor tourear de frente sem “rodriguinhos” que não acrescentam nada ao seu valor, bem pelo contrário. Hoje foi só verdade, pondo, às vezes, o que faltava ao toiro, terminando com uma rosa, que pôs a praça de pé.
No segundo, a matéria-prima já não era a mesma e o toureiro perdeu-se na lide, recebendo-o à porta gaiola, dobrando-se bem e à excepção do terceiro curto, com temple e bem desenhado, foi uma lide sem história.
Deu volta após ambas as lides.

No que aos forcados diz respeito, a tarde não foi para graças e apenas Tiago Ribeiro do Aposento da Moita, conseguiu pegar à primeira. Os toiros tinham muita pata e eram “duros de rins”.

Dos Açores vieram os Forcados da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, para quem a tarde não correu de feição. Pareceram-nos algo “verdes” os forcados da cara, perante exemplares que pediam mais experiencia e ganas. Eu sei que é muito mais fácil pegar nas bancadas…
Tomás Ortins não se conseguiu fechar e foi sistematicamente agarrado pelas pernas, até à quinta tentativa, depois de um aviso, a sesgo e com as ajudas carregadas a coisa compôs-se. No terceiro, após duas tentativas em que o forcado não se fechava de pernas porque o toiro derrotava forte, à terceira, numa reunião algo atrapalhada consumou uma pega mais com o coração do que com técnica. No quinto da tarde, Álvaro Dentinho, que brindou aos seus pares da Moita, teve dificuldades em se entender com o toiro mais pesado da corrida e que se arrancava mal via o forcado, aplicando nas reuniões toda a força perante um forcado levezinho, que nem tinha tempo de se fechar; contudo, embora já em dificuldades físicas, com uma raça do outro mundo e um grupo a ajudar bem, embora com ajudas carregadas, consumou a quarta tentativa. Foi o único forcado dos Açoreanos a dar volta, por imposição do público que reconheceu as dificuldades porque passaram os representantes das ilhas, nesta passagem pela Moita.

Pelos do Aposento da Moita, no seu primeiro, segundo da corrida, Francisco Baltazar brindou aos Forcados visitantes e teve pela frente um toiro que não dava facilidades, consumando só à terceira tentativa, com muita garra e um grupo coeso, uma pega superiormente rabejada por Tiago Ribeiro.
Para o seu segundo, Tiago Ribeiro decidiu ser ele a pegar, e fê-lo em boa hora, bem a citar, a mandar e a fechar-se, sendo o único que pegou ao primeiro intento, tendo dado volta e sendo aplaudido forte nos médios.
Para fechar a tarde saltou José Broega, bem a citar, bem fechado, mas o toiro com muita pata entrou pelo grupo que não fechou, não se conseguindo opor àquele ”comboio”, despejando o forcado já nas tábuas, para desespero do cabo. A segunda tentativa resultou numa grande pega, com mais um final artístico por parte de Tiago Ribeiro.

O Mais e o Menos
+ A qualidade dos toiros
- A falta de público numa tarde que prometia
- A actuação menos conseguida por parte da forcadagem, mormente por banda dos Açoreanos.

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