terça-feira, 2 de junho de 2009

Bom toureio e boas pegas em tarde de despedida da Praça


- Praça de Toiros da Azambuja

- Data: 31 de Maio de 2009

- Empresa: Aplaudir

- Organização: Aplaudir

- Ganadaria: 6 Herdeiros de Paulino da Cunha e Silva e 1 de Santo Estêvão

- Cavaleiros: Manuel Jorge de Oliveira, Vítor Ribeiro, o praticante Duarte Pinto e o amador Paulo d’Azambuja

- Grupos de Forcados Amadores: da Azambuja, capitaneados por Fernando Coração

- Assistência: 4/5 de casa

- Delegados da IGAC: Delegado técnico tauromáquico Sr Pedro Reinhadt, assessorado pelo médico veterinário Dr. Salter Cid

- Banda: Filarmónica do Centro Cultural Azambujense
Para a despedida da praça de toiros da Azambuja, que irá dar lugar a um pavilhão multiusos, também com valência de praça de toiros, a empresa Aplaudir contou com um curro enviado pela ganadaria de Herdeiros de Paulino da Cunha e Silva, todos ferrados com o número 5 nas espáduas, logo eram toiros e um de Santo Estêvão, para o amador Paulo d’Azambuja, que tinha o número 6, portanto um novilho.
Embora escassos de carnes, tamanho e forças, tiveram bom comportamento, proporcionando aos artistas actuações que o público sublinhou com fortes aplausos e chamada à praça do ganadero no segundo de Manuel Jorge de Oliveira. Os pesos estimados oscilavam entre os 425 e os 440 kg, para os toiros e 420kg para o novilho.
Por razões de ordem logística, às quais fui alheio, não me foi possível assistir à lide do primeiro toiro da tarde, pelo que peço desde já desculpa ao Mestre Manuel Jorge de Oliveira e ao Forcado André Miranda, um dos triunfadores da tarde.
Ao Manuel Jorge de Oliveira coube, também, lidar o quinto da ordem.O ditado que diz que não há quinto mau, aqui cumpriu-se. Não tinha força, mas investia de todo o lado.Ver montar e tourear Manuel Jorge de Oliveira, transporta-nos a outros tempos e a outros clássicos como Manuel Conde. Exemplo na forma de montar e não só, onde tudo era naturalmente feito com temple. O toiro ia embebido na garupa do cavalo e era deixado no sítio certo.Que pena que estes bons exemplos frutifiquem tão pouco.A lide começou com dois compridos à tira e continuou com um recital de bem tourear por mais cinco curtos, os dois últimos a sesgo. O respeitável gosta do filho da terra e não perde a oportunidade de lhe demonstrar isso. É despedido com uma forte ovação.
Vítor Ribeiro saiu à praça para lidar o segundo da ordem, pequenote, bonito de tipo, com uma saída alegre a proporcionar um princípio de lide agradável. Vítor recebeu-o com dois compridos à tira com boas preparações. Muda de montada e desenvolve uma das melhores lides que lhe vimos. Nos quatro curtos que cravou, primou pelas preparações cuidadas e os remates vistosos mas não exagerados, sempre devagar, muito templado, a aguentar e a chegar ao público com um toureio de verdade, sem “rodriguinhos”.No seu segundo, o sexto da tarde, continuou com inspiração, dois compridos bem conseguidos e a mesma receita nos curtos: temple, preparações e remates q.b.; para terminar, depois de mudar de montada, cravou um quiebro que foi a cereja no topo do bolo. Bem marcado, aguentou um nadinha para que o toiro se centrasse e reuniu ao estribo como mandam todas as regras; resultando daí o público de pé. Dá gosto ver o Vítor quando está inspirado.
Para lidar o terceiro da ordem, estava Duarte Pinto, praticante já rodado em busca da alternativa que aí vem. Duarte teve algum trabalho para interessar o toiro mais preocupado com o que se passava nas bancadas do que com o cavaleiro. Após dois compridos sem história, por falta de colaboração do hastado, Duarte muda de montada e com uma brega acertada interessa o morlaco, que vem de menos a mais, dando ao cavaleiro a possibilidade de cravar cinco curtos plenos de ofício, numa lide redonda.No sétimo da tarde, o seu segundo, esteve igualmente bem, começando com dois compridos à tira, ficando o segundo um pouco traseiro. Nos curtos, já com outro cavalo, tem excelentes pormenores, sempre toureando de frente, preocupado com as preparações e os remates, com o senão do uso excessivo da mão direita nas rédeas; no último dos curtos, já só aproveitou a mangada de dois passos que o toiro dava. O toiro já se havia acabado.
O amador Paulo d’Azambuja, finalmente, como dizia o cartaz, actuava na sua terra. Estava-lhe reservado um novilho de Santo Estêvão que colaborou, por vezes com laivos de bravura, acudindo de todo o lado, sempre a investir.Talvez os nervos e a responsabilidade tenham traído o jovem no início da lide, tendo colocado os dois compridos traseiros e o primeiro curto descaído e quase na perna do novilho. Depois acalmou e nos restantes três curtos, mostrou melhores maneiras, conseguindo uma actuação de bom nível, reconhecida e aplaudida pelo público.
O Grupo de Forcados Amadores da Azambuja tinha, hoje, uma prova de fogo: aos pupilos de Fernando Coração cabia-lhe a tarefa de pegar as seis reses que saíram à praça e pode-se dizer que resolveram a papeleta a contento.A primeira pega, por André Miranda, como ficou dito, não vi.A segunda, coube a Luís Amador que esteve bem a citar, a mandar vir o toiro, a recuar, mas o Grupo não se conseguiu fechar, tendo o forcado sido desfeiteado já no meio do Grupo.À segunda, as ajudas foram mais coesas e tudo se tornou mais fácil.Para pegar o terceiro da corrida foi designado António Pedro Lourenço. Como o toiro se arrancava mal via o forcado e entrava com violência, o António não se conseguia fechar; só á terceira tentativa, a sesgo e com as ajudas carregadíssimas se consumou a pega.Ivan Batista foi o escolhido para pegar o novilho de Santo Estêvão. Bem a citar, deixando-se ver e a mandar na investida, recuou bem, a reunião foi boa, mas o toiro parou e derrotou forte tirando o forcado, sem dar hipótese do Grupo ajudar. Na segunda tentativa, aguentou enormemente, o Grupo voltou a ter dificuldade em se fechar mas a pega resultou emotiva.O quinto coube a Carlos Dias, que cita com alardes de galhardia, de meia praça; quando o toiro arranca, domina a sorte, recuando e reunindo como mandam as regras. Bem fechado aguenta os derrotes já no interior do Grupo, fazendo com que sintam dificuldades em consumar a pega, mas a mesma resulta vistosa.David Mouchão foi o “cara” a quem coube pegar o sexto da tarde. O toiro não queria sair das tábuas e nem o cite de David o demoveu. Depois de mudar de terrenos, mais fora, e avisado de tábuas arrancou pelo seu caminho a derrotar, mas o grupo ajudou e a pega resultou bem.Cabia a André Letra fazer a última pega nesta praça, não o quis o sétimo da tarde que o havia de lesionar.Foi dobrado por Eurico Lourenço que resolveu o problema a contento. Citando bem, definindo a reunião e bem ajudado, deu por encerrado o desempenho dos jovens da Azambuja.Excelentes as intervenções do rabejador Diogo Francisco, que sempre que foi chamado a intervir, o fez com a propósito e toureria, contribuindo para o espectáculo.Estavam em disputa troféus para a melhor lide e para a melhor pega.
O prémio para a melhor lide foi atribuído à primeira faena de Vítor Ribeiro e o da melhor pega foi entregue a André Miranda, que efectuou a pega ao primeiro da tarde.
O Mais e o Menos+ O ambiente que se viveu naquela praça. Viveram-se toiros. A primeira lide de Vítor Ribeiro.- O contínuo movimento dos vendedores durante as lides e o uso excessivo da mão direita nas rédeas por parte de alguns cavaleiros.
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