quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Carreiras brilha na primeira da Moita


À Feira Taurina da Moita, composta este ano por cinco noites seguidas de toiros, foi dada abertura, com a praça quase cheia, num espectáculo de seis cavaleiros de topo da actual conjectura.

Joaquim Bastinhas lidou o sobrero de Paulo Caetano, já que o toiro de Maria Guiomar Cortes Moura que lhe coube em sorteio se lesionou ainda antes do espectáculo. Abriu a tarde aquecendo as bancadas, cumpriu a sua passagem com ao seu estilo característico e mostrando que todos os toiros têm a sua lide. Colocou a ferragem comprida de forma regular e subiu o tom na curta em que a brega e os ferros de alto abaixo foram um conjunto que culminou com um bom par.

Francisco Mira, pelos Amadores de Lisboa, pegou o toiro, que derrotava alto, à terceira tentativa com o grupo a entrar coeso para consumar.

António Telles recebeu à porta gaiola o primeiro exemplar da ganadaria anunciada e procurou a correcção que o caracteriza desde o primeiro ao último ferro. Como mandam as regras clássicas, cumpriu os três compridos à tira e a ferragem curta na sorte de maior verdade, de caras às quais imprimiu ladeares com serena passagem de mão . Descurou a execução no palmito com o qual quis rematar já que lhe faltou toiro mas num geral assinou uma boa prestação.

Hélio Roma, dos Amadores da Moita, não conseguiu por cinco vezes consumar a pega de caras pelo que acabou por ser resolvida numa boa cernelha.

Luís Rouxinol encheu o olho ao público moitense com uma lide completa e redonda. Os ferros, quer os compridos quer os curtos, cravados de alto abaixo ficaram “en su sítio” sem que ficasse esquecido o sentido de espectáculo. Em crescendo, a lide terminou em excelente plano, com o violino e o par que para além da espectacularidade foram bem executados

José Luís Gomes, cabo dos Amadores de Lisboa, consumou uma boa pega à primeira tentativa.

Moura Caetano, o primeiro da camada jovem que competia cartel foi menos regular que os restantes alternantes. Procurou a emoção de cravagens de poder a poder, porém a pouca codícia do exemplar não lhe permitiu o efeito pretendido para a ferragem comprida. O mesmo aconteceu com os curtos, em que o toiro entrava a passo quando era carregada a sorte ao píton contrário. Passou várias vezes em falso e a lide não chegou a ultrapassar o mediano.

Fernando Rodrigues despiu a jaqueta para entregar ao novo cabo depois de pegar com técnica o segundo toiro que coube aos Amadores da Moita.

João Telles JR. tal como havia feito o seu tio, foi esperar toiro aos curros e empregou-se nessa primeira brega sempre a dar voz ao toiro, que não tinha fijeza. Apesar de por três vezes ter passado em falso (no primeiro comprido, no primeiro e terceiro curto) a lide foi regular e com alguns bons apontamentos dos quais se destacam os ares de alta escola em piaffet e a boa escolha dos terrenos para colocação dos ferros. O violino que antecedeu o palmo, resultou descaído e traseiro, mas terminou com um último bom ferro.

Pedro Maria Gomes, citou, carregou, consentiu, recuou e reuniu em perfeição, consumando a mais exemplar pega da noite ao primeiro intento.

Tiago Carreiras deu cartas e mostrou com que linhas quer coser a sua carreira, pelo que foi o grande triunfador desta corrida que num geral até aqui tinha sido um pouco insonsa. Bregou o toiro nos médios depois de alguns capotazos pelos bandarilhos e cravou dois compridos à tira. Foi nos curtos que deslumbrou pela segurança e temple com que partiu para cada ferro de caras rematados em terrenos de tanto compromisso quanto possível. Hajam mais triunfos assim e seguirá no bom caminho.

O novo cabo dos Amadores da Moita, Pedro Raposo, consumou também à primeira, composto na cara pelas ajudas.

O espectáculo foi dirigido pelo Sr. Alberto Bartissol assessorado pelo Dr. Patacho Matos.

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