quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Em noite monótona, valeu Pinar


Na primeira corrida nocturna realizada na Praça de Toiros Daniel do Nascimento, segunda englobada na Feira Taurina da Moita do Ribatejo, compunha o cartel três diestros, dois espanhóis e um português, nomeadamente Ruben Pinar, António Ferrera e Pedrito de Portugal, que lidaram seis exemplares (dois novilhos e quatro toiros) da histórica ganadaria dos Herdeiros de Conde Cabral.

Apesar da expectativa criada em redor desta corrida, quer pela qualidade dos seus intervenientes, quer pelo facto de a mesma se desenrolar numa das terras mais aficionadas ao toureio apeado, a praça apresentou um aspecto desolador (talvez o público tenha ocupado meia praça…). Desta forma, importa, e com a máxima urgência, reflectir sobre o estado do toureio apeado em Portugal, qual o caminho a seguir e as posições a tomar, sob pena de num futuro muito próximo deixar de fazer sentido realizar este tipo de espectáculo taurino em terras lusas.

Voltando à corrida propriamente dita e de forma resumida, sublinha-se que a já referida expectativa saiu gorada, quer pela qualidade de alguns toiros/novilhos que saíram no redondel moitense, quer pela falta de inspiração demonstrada por dois dos matadores que os lidaram, mormente Pedrito de Portugal e António Ferrera.

No que concerne às prestações de Pedrito de Portugal, importa realçar desde logo que lhe toucou em sorte o pior lote de toiros. O primeiro hastado, apesar de bem apresentado, não tinha quaisquer condições de lide. No entanto, e se a sorte de varas fosse permitida, quem sabe se as coisas mudariam de figura….mas enfim, esta é a festa que temos! Já no que concerne ao segundo que lidou, Pedrito andou esforçado, tentou impor o seu toureio de arte, mas não conseguiu, acabando por sofrer uma tremenda voltareta, felizmente sem consequências de maior.
Esta não foi a noite de Pedrito, outras virão concerteza!

No que respeita a Antónia Ferrera, as coisas seguiram o mesmo diapasão, se o primeiro novilho era “complicadote”, o seu segundo toiro tinha boas condições de lide, mas Ferrera nunca conseguiu impor o seu toureio. O matador espanhol andou precipitado na sorte da muleta, o que levou a que os passes produzidos saíssem pouco ”templados” e emotivos. No entanto, realça-se a excelente prestação que teve no tércio das bandarilhas, aliás como é seu apanágio.
António Ferrera não foi feliz na Daniel do Nascimento, mas já demonstrou noutras ocasiões, e neste mesmo redondel, que é toureiro, portanto resta-nos aguardar por outra presença deste matador em terras moitenses.

Para o fim, o relato do melhor da noite, ou seja, a lide de Ruben Pinar ao primeiro novilho que lhe coube em sorte. O jovem matador espanhol mostrou que estava com “ganas” de triunfar, tendo estado muitíssimo bem frente ao oponente, merecendo especial destaque as três ou quatro séries de fino recorte artístico que executou com a mão direita. O toureiro andou sempre ligado ao toiro, teve fieza toureira, conseguindo “sacar” do seu oponente aquilo que de melhor tinha.
No segundo toiro que lidou as coisas não estiveram tão perfeitas, no entanto, ainda consegui mostrar a espaços a sua qualidade. Uma coisa é certa, Ruben deixou a aficion moitense agradada, o que nem sempre é fácil…Claramente um toureiro a rever!

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