terça-feira, 13 de abril de 2010

Corrida de Expectación, corrida de desilusión?


Foi no passado Domingo que ocorreu a segunda corrida da Feria de Sevilla, primeira corrida de rejoneo, onde compartilharam cartel Fermim Bohorquez, Pablo Hermoso de Mendoza e Diego Ventura, ante astados da ganaderia do primeiro alternante e tendo saído máximo triunfador desta corrida, pela Puerta del Principe, o último destes, a quem se outorgou 4 orelhas.

Desde há algum tempo atrás que o luso-espanhol Ventura se tem vindo a tornar como sério candidato à máxima figura do rejoneo, mantendo na última época acesa disputa com Hermoso de Mendoza, até aqui detentor incontestável de tal qualidade e que, Domingo, abandonou o coso del Baratillo sem qualquer apêndice.

O efectuar deste enquadramento prévio, está relacionado com o dia 01 de Maio próximo, altura em que se realizará a 14.ª Corrida Ovibeja, estando em confronto, na Praça José Varela Crujo, os cavaleiros António Ribeiro Telles e o já referido Diego Ventura, ante exemplares da famosa (?) Ganaderia de Hrds. de D. Felipe Bartolomé Sanz, que pastam em Lebrija (Sevilla) e cuja antiguidade remonta a 12 de Junho de 1884.

Diego Ventura marcará então presença na Praça de Beja pela segunda vez (tendo a primeira sido, também numa corrida Ovibeja, mas há vários anos), regressando agora com um estatuto muito superior ao de então, altura em que apenas era mais um do escalafón.

Desde então, e em particular nos últimos anos, Ventura tem vindo a acumular triunfos sucessivos, em praticamente todas as mais importantes praças da geografia espanhola, razão pela qual se encontra neste momento no pódio do rejoneo espanhol.

A opção tomada por parte da Empresa Aficionar aquando da montagem deste cartel recaiu em António Ribeiro Telles, porventura o cavaleiro português de maior classicismo, de mais fino recorte e por todos reconhecido como um dos mais capazes ginetes nacionais. Desta forma, se Ventura representa a concepção cabalista do país vizinho, tantas vezes criticada pelos puristas nacionais, António Telles enquadra-se no perfil do classicismo português da arte de bem montar a cavalo e de lidar toiros. Será assim, para muitos, uma das maiores expectativas desta corrida, o confronto entre a inovação do rejoneo espanhol e o classicismo da tradição lusitana.

Por outro lado, afigura-se toda uma incógnita nesta corrida, a qual é substanciada no curro de toiros trazido a praça, cuja ganaderia, apesar de apodada como famosa, mais não se pode considerar que uma ilustre desconhecida. De facto, este parece ser o ano da invasão espanhola, onde curros atrás de curros, das mais diversas ganaderias espanholas, atravessam a fronteira, no intuito de serem lidados em praças nacionais. Se parte destas vacadas são sobejamente conhecidas (recordar os Guardiola, recentemente lidados no Montijo), outras há que não o são e de todas elas ressalta o medo de mais não ser que uma limpeza de currais, onde se enviam os exemplares menos capazes, apartando-se para Espanha aqueles onde se depositam maiores expectativas.

Verdade ou não, apenas no feriado de dia 01 de Maio poderemos aferir tal, sendo que o mais importante é acorrer à Varela Crujo para observar este inédito mano a mano, a actuação de dois grupos de forcados amadores (Aposento do Baixo Alentejo e Beja), bem como o curro oriundo de Sevilla.

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