domingo, 10 de abril de 2011

Mário Coelho - Príncipe na Prata e Rei no Ouro

Mário Coelho cumpriu muito recentemente o seu 75º aniversário pois veio ao Mundo precisamente a 25 de Março de 1936 na Rua do Alecrim da bonita e aficionada Vila Franca de Xira. Eis pois a razão porque estamos hoje, embora com algum atraso, a evocar alguns passos da sua brilhante carreira como homem de Toiros.

Filho de um campino e tendo vivido toda a sua meninice e juventude em pleno coração da Lezíria não admira pois que tenha desenvolvido e aprofundado a verdadeira aficion que germinava dentro de si não só no ambiente familiar, como também nas largadas e esperas de touros que tinham lugar por todo o Ribatejo onde procurava exercitar e desenvolver a sua arte.

Artista completo, pois dominava com rara maestria os três tércios foi, no entanto, com as bandarilhas que a sua notoriedade começou a dar nas vistas conquistando por esse motivo vários troféus.

Tendo tirado a alternativa de bandarilheiro a 13 de Setembro de 1958 na praça da Nazaré cedo começou a ser notado pelas grandes figuras da época como Diamantino Vizeu, Manuel dos Santos, José Júlio, António dos Santos, Pedro Corpas e André Vasquez que de imediato requisitaram os seus serviços.

Actua vestido de Prata durante nove temporadas até que se decide, finalmente, passar ao Ouro em Badajoz a 27 de Julho de 1967.

Júlio Aparício cedeu-lhe o toiro “ Granjero “ da ganadaria de Sanchez Rico para a cerimónia de Doutoramento e sendo testemunha Manuel Cano.

Confirmou a alternativa em Madrid a 14 de Maio de 1980.

Actua pela primeira vez, como Matador de Touros, na Monumental do Campo Pequeno a 29 de Julho de 1967 e a sua presença fez-se sentir nas principais feiras de Espanha, Peru, México, Venezuela, Colômbia, Canadá etc.

De salientar, e contrariando a lei vigente, a estocada fulminante com que rematou uma excelente faena ao Corisco da Ganadaria de Ernesto de Castro numa corrida picada realizada na Feira da Moita a 12 de Setembro de 1984.

Mário Coelho retira-se das arenas em 1990 deixando atrás de si um rasto de êxitos espalhados pelas inúmeras praças em que actuou.

De grande compostura artística e social Luís Miguel Dominguin disse de si: “ Mário Coelho será sempre um Toureiro dentro e fora da Praça” e Álvaro Guerra intitulou-o de “ Derrubador de Touros e Corações”.

Entregando-se a tudo o que fazia com grande querer e paixão não admira que, no plano profissional, tenha atingido o patamar que atingiu e granjeado a amizade de grandes figuras da época como Hemingway, Picasso e Orson Welles. Também estabeleceu relações pessoais com as actrizes Ava Gardner, Audrey Hepburn e Capucine entre outras.

Não têm conto as suas inúmeras actuações em festivais de beneficência pois o seu espírito solidário nunca a isso se negou.

Nos 3149 touros lidados destacamos os seguintes troféus conquistados:

  • Troféu Josélito em Barcelona no ano de 1964
  • Troféu Mayte em Madrid em 1965
  • Troféu Casa de Cordoba na mesma Praça e no mesmo ano
  • Troféu Feira de Pamplona em 1966
  • Troféu Feira do Gerêz de la Frontera 67
  • Troféu Vista Alegre em Madrid em 68 e 72
  • Troféu Cacique de Ouro em Maracay, Venezuela em 1972
  • Prémio da Imprensa também em 1972
  • Troféu Melhor Faena em Marcay, Venezuela nos anos de 72 e 73
  • Troféu Sombrero de Plata na Monumental do México em 1976
  • Troféu Lark no Equador nos anos de 76 e 77
  • Troféu Domecq na Monumental do México em 1979 com 60000 pessoas a assistir e depois de ter cravado o sensacional par de bandarilhas
  • Los Veteranos Melhor Bandarilheiro do Mundo em 1965

Todo este espólio e muito mais se encontra patente na Casa Museu Mário Coelho instalado precisamente na residência onde nasceu e foi criado.

No seu livro DA PRATA AO OURO o diestro descreve com singeleza e muita emotividade os passos principais da sua presença nas arenas e da sua vida privada.

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