- Praça de toiros Celestino Graça, em Santarém
- Data: 22 de Março de 2009, pelas 16.00 horas
- Empresa: Aplaudir, Lda.
- Ganadaria: Pinto Barreiros
- Cavaleiros: Manuel Lupi e João Telles Jr.
- Cavaleiro Praticante: João Salgueiro da Costa
- Grupos de Forcados Amadores: de Santarém e Alcochete, capitaneados por Diogo Sepúlveda e Vasco Pinto, respectivamente
- Assistência: ¾ de casa fortes
- Delegados da IGAC: Delegado técnico tauromáquico Sr. Júlio Gomes, assessorado pelo médico veterinário Dr. Matias Guilherme.
Foi com um atraso que ninguém justificou que abriu a temporada da lendária praça de toiros de Santarém, por ocasião das tradicionais festas em Honra de S. José. No início das cortesias foi guardado um minuto de silêncio em memória do aficionado Martinho Bento e do forcado do Grupo de Portalegre, Francisco Matias, ambos recentemente falecidos, o segundo ao serviço do grupo que representava, no decorrer de um treino. Como atractivo, um cartel constituído por três jovens cavaleiros de três conceituadas dinastias toureiras (Lupi, Ribeiro Telles e Salgueiro), dois dos melhores grupos de forcados e uma das mais conceituadas ganadarias portuguesas, aliás apelidada de ganadaria-mãe. O público correspondeu preenchendo praticamente todos os lugares da praça…
Os toiros, da ganadaria de Pinto Barreiros, com quatro anos de idade e pesos entre os 480 e os 575 Kg, bem apresentados, tiveram comportamento positivo. No geral, mostraram bravura, mostrando-se nobres e colaborantes, com excepção do último da corrida, que se mostrou mais reservado.
Abriu praça o cavaleiro Manuel Lupi que teve duas lides algo distintas. Na primeira, após ter deixado três ferros compridos sem destaque, a abrir em demasia o quarteio no momento de cravar, colocou três bons ferros curtos e um excelente palmo, que apenas pecaram pela falta de transmissão do toiro no momento da reunião. Na segunda lide, ao 4º toiro da corrida, o cavaleiro não entendeu da melhor forma o opositor que tinha pela frente, tendo a lide decorrido de forma irregular. Se nos compridos esteve bem, cravando três ferros de correcta execução, nos curtos não conseguiu dar a volta um toiro que exigia mais do cavaleiro, colocando quatro ferros sem história e com toques na montada. Apesar disso, no final, saiu para a volta a arena.
João Telles Jr. mostrou estar um furos acima dos seus companheiros de cartel. Se na primeira lide lhe vimos cravar grandes ferros – caso dos primeiros três curtos – em que se viu o toiro a ir lá acima e sair por cima da garupa do cavalo, foi na segunda lide que arrancou um grande triunfo. Recebeu o toiro à porta dos curros e deixou com celeridade e correcção dois ferros compridos. Nos curtos colocou quatro excelentes ferros, terminando com o habitual ferro de violino, seguido de um de palmo, a pedido do público. Começou da melhor forma a temporada em Portugal deste jovem cavaleiro…
Salgueiro da Costa, nas duas lides que ministrou, mostrou muita da sua inexperiência e, ao mesmo tempo, muita da sua vontade em fazer bem. A sua primeira lide começou de forma desastrada, com a colocação de um ferro muito descaído, que, pela reunião, até teria sido um grande ferro; nos segundo e terceiro compridos melhorou um pouco a pontaria, mas a reunião não resultou, tendo, no último, sofrido um toque na montada. Nos curtos melhorou a sua prestação e, dos cinco ferros que colocou, destacaram-se os 2º, 3º e 4º, de correcta execução. A sua segunda lide foi bem mais complicada… Tocou-lhe o pior toiro da corrida e o jovem cavaleiro – ainda praticante – não teve arte nem engenho para conseguir lidá-lo da melhor forma. Nos três compridos andou aliviado no momento crucial das sortes, tendo o 2º saído “pescado” e de má execução. Nos curtos, dos cinco ferros colocados merecem destaque, pela positiva, o primeiro pela emoção da reunião e pela negativa o último que não ficou colocado.
No que toca à forcadagem, para pegar o primeiro do Grupo de Forcados Amadores de Santarém, saiu, a dar o exemplo na abertura da temporada do grupo, o cabo Diogo Sepúlveda, que, após um cite calmo e a mostrar-se bem, mandou vir o toiro, reuniu correctamente e aguentou fortes derrotes numa boa pega, bem ajudado pelo grupo. Para o terceiro da tarde foi escolhido Gonçalo Veloso que, perante a arrancada pronta do toiro, reuniu cá atrás, no seio do grupo, numa pega sem brilho. Para a cara do quinto, saiu António Grave de Jesus, que, após brinde ao Presidente da ANGF, José Fernando Potier, citou de largo, a procurar interessar o toiro, que se mostrava bastante reservado, carregou a sorte, mas o toiro não investia e, tendo que ir buscá-lo a terrenos de tábuas, sofreu um forte derrote que não lhe permitiu ficar na cara, tendo resultado lesionado. Apesar disso, foi à cara por mais quatro vezes, tendo o grupo consumado uma pega a sesgo sem qualquer tipo de brilho, sendo o grupo a “cair” na cara do toiro e não este a investir para os forcados.
Pelos Forcados Amadores de Alcochete iniciou a tarde José Miguel Vinagre que esteve bem no cite, com o toiro a sair solto de tábuas, mas o forcado a reunir de forma excelente para uma boa pega. Para o quarto da tarde saltou o cabo Nuno Santana, que, perante uma arrancada pronta do toiro se adiantou a carregar a sorte, recuando e reunindo muito bem conseguindo uma boa pega, sem problemas para o grupo, que ajudou bem. Ruben Duarte saiu para pegar o último da corrida. Citou de largo, deu vantagens, com o toiro a mostrar-se reservado na investida, carregou a sorte e reuniu de forma excelente, com o toiro a passar pelo grupo e o forcado da cara a aguentar fortes derrotes, no que foi a pega da tarde.
NOTA: Durante o intervalo prestaram provas de bandarilheiro os jovens Cláudio Miguel e Telmo Serrão, tendo ambos deixado dois bons pares de bandarilhas, muito aplaudidos pelo público da sua terra.
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