terça-feira, 4 de agosto de 2009

Corrida de Toiros em Nave de Haver


Praça de Toiros de Nave de Haver

Data: 02 de Agosto de 2009, pelas 17.30 horas

Empresa: António Morgado, Organização de Espectáculos Unip.,Lda.

Ganadaria: Engº Luís Rocha

Cavaleiros: João Salgueiro e Rui Fernandes

Novilheiro: Nuno Casquinha

Grupo de Forcados Amadores: de Alter do Chão e Coimbra, capitaneados por João José Saramago e Luís Santos, respectivamente.

Assistência: Casa Cheia

Delegados da IGAC: delegado técnico tauromáquico Sr. António Garçoa, assessorado pelo médico veterinário Dr. João Maria Nobre.
Casa cheia para presenciar a já tradicional corrida de toiros mista, que todos os anos tem lugar nesta localidade raiana, a anteceder a festa das penhas que terá início no próximo fim-de-semana. Do cartel constavam duas figuras de proa do toureio a cavalo nacional e um novilheiro que tenta romper no difícil meio do toureio apeado.
Os toiros vieram da Ganadaria do Engº Luís Rocha e saíram à arena com apresentação e trapio a condizer com a categoria da praça, com excepção do quinto da ordem que não tinha “cara” para poder ser lidado fosse qual fosse a categoria da praça. Em termos de comportamento, na generalidade foram mansos, com falta de força e a colocarem algumas dificuldades de lide. Os que se destinavam à lide a cavalo estavam marcados com o 5 na espádua e os destinados à lide apeada com o algarismo 6, de acordo com a categoria dos actuantes nesta tarde.
João Salgueiro abriu praça com uma lide em que se preocupou mais com o público do que com o toiro que tinha pela frente. Iniciou com uma tira bem desenhada, mas com o ferro a cair, para depois deixar dois compridos de correcta execução e no ressalto um do outro. Nos curtos optou por levar o toiro ao longo das tábuas, em ladeios muito aplaudidos, conduzindo a montada sempre com as duas mãos e cravando a sesgo em sortes aliviadas e sem compromisso. Ao quarto da ordem o cavaleiro da Valada ministrou uma lide completamente diferente. Dois compridos com cites de largo, a procurar dar vantagens ao toiro, com destaque para o segundo ferro, colocado em sorte frontal e ao estribo. Continuando com uma brega cuidada e a eleger os melhores terrenos para cravar, deixou quatro ferros de muito boa nota, com destaque para os primeiro e terceiro pela justeza da reunião.
Rui Fernandes teve, também ele, duas actuações muito distintas. No seu primeiro as coisas não lhe correram nada bem, o que o cavaleiro reconheceu, recusando sair para a volta, num gesto de enaltecer, muito mais quando acontece em praças de menor categoria. Dois compridos de colocação defeituosa – o primeiro algo traseiro e o segundo traseiro e descaído – e cinco curtos em que se destacou apenas o primeiro pela sua correcção de execução, constituíram uma lide demasiado prolongada e com demasiadas intervenções dos bandarilheiros da sua quadrilha. A sua segunda actuação veio de menos a mais, terminando em apoteose, com o público de pé a aplaudir o cavaleiro. Depois de dois compridos correctos, a abrir o toiro, foi nos curtos que, com colocação de ferros em terrenos muito apertados, trouxe grande emoção às sortes. Seis ferros com cites em curto, com a montada a sair numa nesga de terreno e um par de bandarilhas compuseram uma lide que, uma vez mais, pecou pela duração e pelo excessivo número de capotazos dados ao toiro pelos bandarilheiros que compunham a quadrilha do cavaleiro.
Para a lide apeada, Nuno Casquinha não teve grande matéria-prima para brilhar. Recebeu ambos os oponentes com lances à verónica bem desenhados e rematados a condizer. Com a flanela rubra assistimos a duas lides sem ligação, compostas por passes isolados por ambos os lados e com alguns enganchones. Excepção feita à primeira série conseguida pela direita ao primeiro novilho. Apesar disso, no final foi muito aplaudido e acarinhado pelo público.
No respeitante às pegas, iniciou o Grupo de Forcados Amadores de Alter do Chão por intermédio de Nuno Estêvão, que na primeira tentativa recebeu mal o toiro e não conseguiu reunir. À segunda rectificou e consumou uma pega sem quaisquer complicações. Para pegar o quarto da tarde saltou o jovem Bruno Palmeiro que citou de largo, a fixar bem o toiro que, com uma viagem algo ensarilhada, não permitiu que o forcado reunisse. Na segunda tentativa o toiro arrancou de pronto e o forcado não se fechou de pernas. Consumou à terceira, com o grupo bem em cima e sem brilho. A insistência do público e com uma incompreensível insistência do cavaleiro, no final, acedeu em dar volta.
O Grupo de Forcados Amadores de Coimbra teve, nesta tarde, uma actuação bastante meritória, perante os dois piores toiros da tarde. Nuno Cruz saltou tábuas para a pega do segundo da ordem. Citou correctamente, a mostrar-se bem, com o toiro a mansear e a mostra-se muito reservado, entrou-lhe nos terrenos e, com o toiro a sair solto do capote, conseguiu uma boa reunião, aguentando alguns derrotes, e concretizou uma boa pega. A encerrar o capítulo das pegas, perante um toiro sem cara e bastante gordo e, ainda por cima, esgotado por uma lide muito longa, saiu o cabo do grupo Luís Santos. Citou com muita serenidade e saber, carregou a sorte e mandou vir quando quis, conseguindo uma muito boa pega, como que a mostrar aos seus jovens pupilos como se pega.
O Mais e o Menos

+ O bom ritmo em que decorreu a corrida.

+ As pegas do Grupo de Forcados Amadores de Coimbra.

- A falta de silêncio do público no decorrer das pegas

- A constante movimentação de público nas bancadas durante as lides.

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