segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Nazaré, 22 de Agosto

Mais do que uma esperança, Salgueiro da Costa é já uma certeza!

Mais uma noite em que o ambiente que se vive na praça do Sítio da Nazaré nos faz esquecer o frio, atípico para o mês de Agosto. Cerca de ¾ de casa preenchida para assistir a uma corrida de toiros em que tivemos oportunidade de ver António Telles no seu melhor estilo e a oportunidade de confirmar que Salgueiro da Costa é um nome a ter em conta, a seguir com atenção e dar-lhe o merecido valor.
Destaque também para a homenagem que foi tecida por parte da Empresa Aplaudir ao Maestro António Badajoz neste ano em que comemora 60 anos de alternativa.

O curro de Herdeiros de Conde Cabral, díspares de tipo e de idade, com toiros nascidos em 2004, 2005 e 2006, foram de um modo geral mansotes, mas sem complicar em demasia. Foram piores os lidados em segundo e sexto da ordem por aparentarem deficiências de visão.

António Palha Ribeiro Telles foi o veterano da noite Nazarena e aquele que maior regularidade teve nas suas actuações.
Senhor de um classicismo reconhecido em qualquer parte, o Maestro da Torrinha andou em muito bom plano em ambos os toiros do seu lote, assinando lides com o seu cunho próprio, quer na brega quer na ferragem. Em ambos foi alvo de fortes ovações pelo público.
De salientar ainda que o sorteio ditou que lhe coubessem os melhores exemplares do curro lidado nesta noite.

João Telles Jr esteve grande na lide que rubricou ao primeiro do seu lote, acima de tudo por ter dado a volta com sabedoria ao nº 208 que era claramente mal visto, o que prejudicou muito a sua actuação. Ainda assim esforçou-se e cumpriu com a ferragem escutando forte ovação no final.
Já no que foi quinto, começa por cravar três compridos com correcção para depois fazer inúmeras passagens em falso até conseguir colocar o primeiro ferro curto e mesmo no segundo e terceiro notou-se algum desacerto. Conseguiu dar a volta ao assunto adornando-se com um violino, seguido de um palmo e terminando com um par de bandarilhas.

Mais do que uma esperança, Salgueiro da Costa é já uma certeza no nosso panorama tauromáquico! A raça e a valentia que impõe em cada actuação, associadas à escola e ao jeito que tem tornam-no diferente. Não opta pelo toureio fácil, mas sim pela transmissão de emoção para as bancadas impondo o seu estilo irreverente e toureando com verdade. Nem sempre as coisas lhe podem sair perfeitas, pois obviamente há que ter em conta a sua condição de cavaleiro praticante.
Ao terceiro da ordem Salgueiro da Costa crava de praça a praça os dois compridos, o segundo dos quais em terrenos já de algum compromisso pois o toiro tardou na investida. Na série de curtos crava de frente e de largo, templa e disfruta do toureio, recriando-se em cada recorte.
No que encerrou a corrida, um toiro também aparentemente mal visto, andou em bom plano, porém, apesar dos fortes aplausos que o público lhe tributou, não atingiu o nível do seu primeiro. Cravou de frente e de largo os compridos e nos curtos deixa alguns ferros de boa nota, sempre com o cuidado de citar e rematar as sortes.

Em muito bom plano estiveram os moços das jaquetas de ramagens, representados pelos grupos de Santarém e de Coruche, que concretizaram rijas pegas, com galhardia e saber estar.

Pelos Amadores de Santarém, capitaneados por Diogo Sepúlveda, foram caras António Imaginário, António Gomes Pereira e João Goes, todos à primeira tentativa.

Pelos Amadores de Coruche, capitaneados por Amorim Ribeiro Lopes, pegaram Miguel Raposo e José Tomás Faísca ambos à primeira e a encerrar Pedro Galamba que arranca uma rija pega ao segundo intento.

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