segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Moura jr triunfa em Montemor com casa cheia


Realizou-se em Montemor-o-Novo a tradicional corrida da Feira da Luz, uma das mais marcantes do calendário taurino português. Tarde com muito calor e fazendo jus ao nome da Empresa que organiza as corridas, foi “Casa Cheia”. Anunciava-se um cartel de competição entre três jovens cavaleiros de dinastias toureiras e o grupo de forcados da terra, comemorava 70 anos de existência; tudo montado para que fosse uma grande tarde de toiros.

JOÃO MOURA JR. foi manifestamente infeliz com os dois toiros que lhe tocaram em sorte.O que abriu a corrida foi manso, logo de saída veio muito parado, sem qualquer ímpeto, não carregava quando recebia o ferro, e começou cedo a descair para tábuas, tornando infrutiferas as tentativas do cavaleiro em dar uma lide do agrado dos tendidos. Moura Jr. limitou-se a deixar a ferragem da ordem. A segunda lide foi melhor que a primeira, embora o toiro também não tenha servido para triunfar, não transmitia e parava-se nos médios,só quando recebia a ferragem acometia com meias-investidas na montada. O ginete ainda assim deixou bons ferros curtos e a espaços conseguiu os habituais ladeios junto de tábuas.

MANUEL LUPI teve duas actuações muito aplaudidas pelas bancadas; o seu primeiro toiro não colaborou, também era muito reservado, e com pouca investida, o que obrigou o cavaleiro a envolvê-lo de cavalo, bregando muito bem e depois pisar-lhe os terrenos para deixar a ferragem.Conseguiu-o com uma lide esforçada que o público soube reconhecer,aplaudindo efusivamente.O seu segundo toiro, 5º da tar- de, cumpriu, e a lide foi boa;voltou a evidenciar bom sentido de brega e escolha de terrenos para cravar, deixando curtos de boa nota, destacando-se o que encerrou a actuação.

JOÃO TELLES JR. foi o grande triunfador da tarde, com duas grandes lides a dois toiros que cumpriram.Em ambas as lides demonstrou um grande à vontade, fazendo as coisas bem feitas e sem pressas.No seu primeiro toiro, um dos melhores da corrida, desenvolveu uma brega muito boa, dobrando-se bem com o seu oponente, cravando em entradas suaves a quarteio,deixando a ferragem no alto e rematando sempre a sorte.Cravou também um grande par de bandarilhas e terminando com a habitual sequência do ferro de violino, seguido de um de palmo, montando o cavalo “Orey”. No último da tarde, o jovem cavaleiro veio de novo para triunfar, começando a lide à porta de saída dos curros, trazendo o toiro na garupa do cavalo. Deixou-lhe três compridos à tira, de boa colocacão e nos curtos citou sempre de largo, entrando de frente e depois na altura da cravagem, quarteando-se suavemente e com facilidade cravando bem no alto, cinco ferros curtos.Esteve sempre muito toureiro e mostrou também os seus bons dotes de equitação, ou não tivesse ele colhido os ensinamentos da “Torrinha”.

Os forcados de Montemor-o-Novo, assinalavam a passagem dos seus 70 anos de existência, daí a presença de muitos elementos, antigos e actuais na trincheira.Não tiveram uma tarde fácil, mas mesmo não concretizando as pegas sempre à primeira tentativa, tiveram muito mérito e revelaram porque são um dos melhores grupos do País. Foram caras nesta tarde, JOÃO TAVARES (à 2ª tentativa), NOEL CARDOSO (à 2ª tentativa), JOÃO MANTAS foi colhido com violência, recolhendo à enfermaria, daí ter sido dobrado por RODRIGO PIETRA (pegou à 1ª), o cabo JOSÉ MARIA CORTES pegou o quarto toiro à 2ªtentativa,PEDRO SANTOS (à 1ª tentativa) e finalmente JOÃO CALDEIRA também à 1ª tentativa.

O curro de toiros lidado e que pertencia à ganadaria de PÉGORAS, estava muito bem apresentado, com trapio, mas de desigual comportamento, revelando-se muito parados e com pouca transmissão. Tinham os pesos de 515,560,525,570,525 e 540 Kg respectivamente.

Dirigiu a corrida o antigo bandarilheiro Sr. Francisco Farinha e a embolação e ferragem eram da responsabilidade do sr. Gastão Miguens. Abrilhantou o espectáculo a Banda da Sociedade Filármonica Montemorense Carlista.

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