segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Sábado houve touros na Terrugem


António Telles veio à Terrugem apresentar a sua fotobiografia; de louvar esta iniciativa de descentralização que foi uma aposta ganha; o público aderiu e o centro cultural esgotou a sua lotação, ouvi-mos palavras do seu autor, do cavaleiro e uma emotiva intervenção de seu primo, Dr Francisco Palha Botelho Neves que acompanhou a sua carreira desde o seu nascimento, para a vida e para o toureio até aos dias de hoje, rematou a sua “faena oratória” dizendo que António Telles “já não é o cavaleiro que todos conhece-mos, mas sim O Maestro; concorda-mos em pleno.
Pela noite o António quis retribuir ás Gentes da Terrugem o carrinho que recebera pela tarde, e brindou todos os presentes com duas excelentes lides na perfeição do toureio clássico a que à muito nos habituou. Há um facto que ainda enriquece mais a obra deste toureiro; é que nesta corrida teve a tarefa de abrir praça por duas vezes, na primeira lide e na segunda, pois houve um inusitado intervalo de dez minutos que arrefeceu o ambiente nas bancadas, mas António com a sua arte rapidamente acordou o público fruto do seu desempenho de elevado nível artístico.
Sónia Matias tem grande cartel aqui pela Terrugem, uns anos atrás esta praça esgotou para a ver pela primeira vez; nesta corrida no seu primeiro toiro a cavaleira mostrou-se decidida a triunfar, cravou dois compridos de boa nota e curtos com correcção remata a lide com um emotivo violino a pedido do público. No seu segundo sofre uma aparatosa queda no inicio da lide de que podia ter resultado algo sério, o cavalo escorrega e Sónia fica á mercê do toiro e quase debaixo do cavalo, sai combalida mas recompõe-se e com garra e apoiada pelo público deixa bons ferros com destaque para o último.
Rui Santos deixou muito boa impressão aqui na Terrugem, no seu primeiro desenvolve uma lide de menos a mais com três bons ferros compridos e curtos como mandam as regras, terminando com dois de palmo. Na sua segunda as coisas ainda correram melhor e rubrica uma excelente lide em que o público se entregou com razão, remata com dois violinos sendo o último em terrenos apertados e por dentro o publico reconheceu e tributa-lhe fortes aplausos.
A forcadagem esteve bem, Setúbal foi o melhor conjunto, com duas boas pegas á primeira tentativa por Álvaro Pinto e Sérgio Espada.
Os de Monforte por Rui Russo à segunda tentativa mas que foi a pega da noite, com emoção e o forcado pelas alturas, rematando o grupo com grande coesão, Carlos Lopes executa uma correcta pega á primeira como mandam as regras e o grupo a demonstrar mais uma vez eficiência nas ajudas.
Por Monsaraz no seu primeiro o forcado Miguel Queimado escorrega da cara do toiro mas consegue-se recompor, a pega é dada como válida, mas o cabo resolve pedir ordem para repetir, a repentina saída dos campinos não permitiu que tal acontecesse, fica a intenção do grupo em querer limpar qualquer dúvida. No segundo Armando Gonzalez executa uma pouco ortodoxa mas muito emotiva pega, com voltareta completa do toiro em que o forcado nunca se largou e assim ficou na cara do toiro, recebeu os maiores aplausos da noite pela emoção que causou assim como pelo perigo de que o forcado airosamente saiu.
A bravura dos toiros de Sommer d’Andrade foi premiada com uma justa volta á arena do maioral da ganadaria, pese embora em comparação com o curro do ano passado a apresentação estivesse um nível abaixo do desejado, o que se reflectiu também nalguma falta de força dos astados.
A praça teve uma excelente entrada de público passando os três quartos; nesta corrida em que se cumpriam trinta anos desde a sua construção efectuada por um grupo de Amigos com o intuito de servir a obra social da associação ABAT, sonho cumprido e a associação é hoje uma referencia a nível local e regional com lar de terceira idade, centro de dia e infantário.
Dirigiu com acerto o Exmo. Sr. José Tinoca coadjuvado pelo Medico Veterinário Dr. José Manuel Lourenço.

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