segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Lotação Esgotada na Corrida de Gala na Arruda


Praça de Toiros José Marques Simões, em Arruda dos Vinhos

Data: 16 de Agosto de 2009, pelas 22.00 horas

Empresa: Tertúlia “O Piriquita”Organização: Maestranza, Lda.

Ganadaria: Engº Jorge de Carvalho

Cavaleiros: António Telles, Manuel Telles Bastos e João Telles Jr

Grupo de Forcados Amadores: de Vila Franca, capitaneados por Vasco Dotti

Assistência: Lotação esgotada

Delegados da IGAC: delegado técnico tauromáquico Sr. Ricardo Pereira, assessorado pelo médico veterinário Dr. Salter Cid.

Mais um sucesso de organização por parte da Tertúlia “O Piriquita”, em conjunto com a empresa Maestranza, Lda., de Vasco Durão, com os bilhetes a esgotarem e com muita gente a ficar à porta com vontade de presenciar o espectáculo.Noite histórica para as gentes da Arruda dos Vinhos com a realização, pela primeira vez na sua praça, de uma corrida de gala à antiga portuguesa, por ocasião das festas anuais e para comemoração dos 50 anos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo local. Do cartel três cavaleiros que vieram da “Universidade da Torrinha”, um mestre e dois ex-alunos que há pouco obtiveram o seu doutoramento e um só grupo de forcados.O curro da noite, constituído por três novilhos e três toiros, ferrados com o 6 e o 5 na espádua, vieram da Ganadaria do Engº Jorge de Carvalho, a comemorar 40 anos de existência e, no geral, apresentaram-se mansos, encastados e a colocar dificuldades de lide quer a cavaleiros, quer a forcados. António Ribeiro Telles saiu a colocar a fasquia alta e a querer mostrar aos seus sobrinhos que não estava para lhes facilitar a vida. Recebeu o novilho com a colocação de um ferro à porta gaiola, para depois deixar mais dois compridos em sortes à tira bem desenhadas. A escolher os terrenos sempre com bom critério – embora com demasiadas intervenções do seu bandarilheiro – partiu para uma série de quatro ferros curtos de nota alta, sempre em viagens frontais e com reuniões ajustadas. Para o toiro que lhe tocou em sorte, saído em 4º lugar, o maestro da Torrinha apresentou uma lide primorosa, bregando de forma irrepreensível, mesmo com o oponente a colocar pouco empenho nos momentos cruciais. Dois bons compridos correctos a abrir a lide, sendo que no segundo faltou toiro, para continuar atacando o toiro de frente e, em reuniões ajustadas, deixar mais cinco bons ferros curtos, com destaque para o segundo em que houve um pouquinho mais de entrega por parte do toiro no momento de reunir.Manuel Telles Bastos sentiu algumas dificuldades na sua primeira lide, pois teve pela frente um novilho que não se fixava, muito distraído e que procurava terrenos de tábuas constantemente. Ainda assim, deixou três bons ferros compridos à tira, com destaque para a colocação primorosa dos mesmos. Dos quatro curtos que colocou, destacaram-se os primeiro e quarto pela boa preparação e justeza na reunião. Ao segundo do seu lote ministrou uma lide que, quanto a nós, pecou pelo excesso de colocação de ferros (três compridos, quatro curtos, e dois de palmo…). Nos compridos não começou da melhor forma, falhando a colocação do primeiro. Emendou bem e os restantes foram de boa nota, com realce para o que colocou em terceiro lugar. Nos curtos o destaque vai para o segundo, em que entrou pelo toiro dentro e cravou de alto a baixo e para o quarto, colocado depois de boa brega, a tirar o toiro de tábuas.João Telles Jr apresentou, mais uma vez, as duas faces do seu toureio. Uma primeira lide a ir de frente para o toiro, sem enganos e a cravar de alto a baixo, em reuniões ajustadas e uma segunda lide em que optou por colocação de ferros antecedidos de batida ao piton contrário, rematada com os habituais ferros de violino, seguidos de palmo e par de bandarilhas. A primeira foi uma lide séria, de grande maturidade, iniciada com três bons compridos, em sortes à tira e sempre bem rematados, passando o novilho por ambos os lados, de forma a interessá-lo pela montada. Os cinco ferros curtos foram todos de grande nível: de frente, em reuniões ajustadas e com colocação de alto a baixo e ao estribo, como mandam as regras do bom toureio a cavalo. Recebeu o último do seu lote à porta dos curros, cravou três compridos correctos, procurando sempre interessá-lo pela lide. Nos curtos, após ter passado em falso por duas vezes, devido à batida demasiado pronunciada que antecedia a sua colocação, deixou três bons ferros, com destaque especial para o terceiro pela justeza da reunião. Depois vieram os números habituais com a colocação de um violino, seguido de palmo em terrenos de dentro, mais um violino a pedido do público e, quando deveria ter saído, acedeu a colocar um par de bandarilhas que apenas conseguiu cravar ao segundo intento, já que no primeiro deixou apenas meio par. Saiu, mesmo assim, sob fortes aplausos do público, numa lide prolongada em demasia.O Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca, a pegar em solitário, não esteve em noite afortunada, conseguindo apenas consumar duas pegas à primeira tentativa. A primeira delas foi conseguida por intermédio de Nuno Casquinha que, após um cite correcto, de meia praça e com o toiro de frente, carregou de largo e reuniu para uma boa pega à córnea, com o novilho a ir com a cara ao chão. Para pegar o segundo da noite saltou Paulo Conceição, que, nas duas primeiras tentativas não recebeu bem e não se conseguiu fechar. Ao terceiro intento, reuniu de forma menos perfeita, ficando de lado na cara do toiro, pelo que decidiu repetir, consumando a pega ao quarto intento, com o grupo todo em cima. No final, e bem, recusou a volta à arena. Rui Godinho foi à cara do terceiro novilho e, mesmo carregando a sorte demasiado depressa, conseguiu reunir bem, à barbela e consumou uma boa pega ao primeiro intento, com o grupo a ajudar bem. Destaque para o rabejador, o sempre grande forcado Caló. Ricardo Patusco foi o escolhido para pegar o quarto da ordem, o primeiro toiro da corrida. Com o toiro a sair a trote para o forcado e a parar-se várias vezes antes de reunir, não conseguiu fechar-se na primeira entrada. À segunda, reuniu e fechou-se bem à córnea, aguentou fortes derrotes já na jurisdição das ajudas, que tardaram, e foi despejado. Consumou à terceira, com as ajudas carregadas e recolheu à enfermaria. Para tentar a pega do quinto da ordem saiu Nuno Comprido, que citou com o toiro de frente, fixando-o, carregou a sorte correctamente, mas o toiro adiantou-lhe o piton esquerdo e não permitiu a reunião. À 2ª tentativa, com o toiro já muito reservado, entrou-lhe nos terrenos, sacou-se muito bem e consumou uma boa e dura pega, com o grupo a fechar bem. Ao último da corrida decidiu o cabo efectuar uma pega de cernelha, saltando para a mesma a dupla de forcados constituída por Olavo Cabaço e Carlos Silva. Perante as dificuldades do toiro em encabrestar, consumaram a pega à quarta entrada ao toiro, parado pelo capote e completamente fora dos cabrestos, numa pega sem brilho. No final, em demonstração de grande toreria, recusaram acompanhar o cavaleiro na volta à arena.

O Mais e o Menos

+ A organização da corrida (Tertúlia “O Piriquita” e Maestranza, Lda.), que montaram um espectáculo de sucesso.

- Nada a registar.

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